31 de janeiro de 2005

Fotografo: Augusto Alves da Silva (Actualizado)

Augusto Alves da Silva nasceu em Lisboa, em 1963. Os estudos realizados na Slade School of Fine Art e no London College of Printing, no final da década de 80, coincidiram com o início de um trabalho de fotografia pautado pela experimentação e pela multivalência, não obstante uma coerência para a definição de um percurso individual. A série de fotografias ist, realizada em 1994, sobre as transformações do complexo arquitectónico do Instituto Superior Técnico, revelou alguns dos vectores fundamentais no trabalho de Augusto Alves da Silva: uma versatilidade de abordagens que rompem com o carácter meramente objectivo ou de estrita fruição e conexão com o real; um rigor e uma contenção absoluta na organização da composição; uma consciência do legado histórico da fotografia e sua rearticulação com o contexto contemporâneo.

O reconhecimento internacional ocorreu com a instalação Estrada em Obras, 1997. Primeiro apresentado em Madrid, no Museo Nacional Centro de Arte Reina Sofía, em 1998, e nesse mesmo ano em Londres, na Chisenhale Gallery, que lhe garantiu a nomeação para o Citibank Private Bank Photography Prize. Ainda no estrangeiro e individualmente, expôs Pasaje, no Centro de Fotografia de la Universidad de Salamanca, em 1998, e Ferrari, na Rocket Gallery, em 1999. Outras exposições a destacar são as colectivas À Prova de Água (Centro Cultural de Belém, 1998), Initiare (Centro Cultural de Belém, 2000), Squatters (Porto, 2001), Trade (Fotomuseum Winterthur, Suíça, 2001) e as individuais Animais (Promontório Arquitectos, Lisboa, 2001) e CNB 2001 (Instituto Camões, Paris, Rocket Gallery, Londres, 2001 e Arquivo Fotográfico Municipal de Lisboa, 2002).

Para além da fotografia, o vídeo é o outro suporte sobre o qual, Augusto Alves da Silva tem realizado trabalho. No Museu do Chiado - Museu Nacional de Arte Contemporânea, no âmbito do ciclo de exposições interferências, apresenta dois trabalhos inéditos: Ugly, 2002, e Espaço de tempo, 2000/2002. O primeiro título deriva do nome de uma discoteca, onde o artista captou, em contraluz, o ambiente criado pelas pessoas a dançar. O segundo trabalho é constituído por dois vídeos diferentes realizados no mesmo dia, durante duas apresentações públicas de um bailado, cada um deles em pontos opostos da zona de bastidores paralela ao palco. A projecção desta dupla filmagem, lado a lado, proporciona uma reflexão sobre o tempo e os modos de percepção do real. Tal como em Estrada em Obras, e antes em Lisboa 96, recorre a uma dupla projecção, persistindo na exploração meticulosa das suas possibilidades, agora entrosadas com a continuidade da acção e a repetição do movimento.


Roadworks, 1998



Ugly



Pasaje, 1997


Ferrari 1999

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