29 de setembro de 2004

Russ Meyer



Este é um nome que me faz recordar a minha juventude, tinha eu 13 anos e estava de férias na Alemanha e um canal privado (Sat1 ou RTL) decidiu apresentar os filmes de Russ Meyer, Vixen, Supervixens, Up entre outros, dos argumentos (se existiam) pouco restou, mas a voluptuosidade das actrizes é lendária...

Russ Meyer, obrigado pelos ENOOOOOORMMEEES SEIOOOOOSSS que mostraste ao mundo.


RUSS MEYER, Un erotomane abbondante


Russ Meyer, Realizador de Culto de Cinema "Trash", Morreu em L.A.
Por VASCO T. MENEZES
Público, Sexta-feira, 24 de Setembro de 2004


O realizador americano Russ Meyer, uma das figuras mais importantes do cinema "trash", morreu sábado, em Los Angeles, aos 82 anos, vítima de complicações causadas por uma pneumonia.

Responsável por uma série de clássicos de culto, o seu nome convoca imediatamente imagens de mulheres com seios gigantescos. Uma vez, quando lhe perguntaram se conceberia a hipótese de avançar para outro "tema", respondeu não estar interessado...

Realizador, argumentista, director de fotografia, montador, produtor e distribuidor, Meyer foi o epítome da independência cinematográfica. Se há um autor no universo "trash", terá de ser forçosamente ele, dono de um dos universos mais pessoais do cinema americano. Nesse sentido, os seus filmes colocam em cena uma visão peculiar da América profunda, feita de homens graníticos e mulheres avantajadas até ao limite do (im)possível, uma colecção de grotescos que em nada desmerece Fellini. E além destas obsessões, existiu sempre outro elo de ligação entre toda a sua obra: a inegável qualidade técnica, visível na montagem trepidante ou nos esquemas cromáticos elaborados, por vezes próximos do experimentalismo.

Depois de ter sido operador de câmara no exército americano durante a II Guerra Mundial e de uma experiência profissional como fotógrafo (trabalhou com a "Playboy", o que faz todo o sentido), Meyer fez em 1959 o seu primeiro filme, "The Immoral Mr. Teas", peça essencial na formação de um cinema "softcore" de que foi pioneiro.

Carregando ao máximo no factor erótico, mas sem nunca entrar pelos terrenos da pornografia (com a qual não queria nada), continuou a apostar no sexo como elemento central da sua obra, ao mesmo tempo que foi acrescentando à equação outro dado, cada vez mais importante: a violência. Uma evolução bem patente no confronto entre as produções dos anos 60 - "dramas" rurais como "Mudhoney" (1965) ou o imortal "Faster, Pussycat! Kill! Kill!" (1965), provavelmente a sua obra-prima - e os objectos vertiginosos que assinou na década seguinte, como "Supervixens" (1975) ou "Up!" (1976), próximos do desvario de um "cartoon" e a prova acabada de que em Meyer, ao contrário de tantos outros, o "trash" é uma questão voluntária e auto-consciente.

Entre uma e outra fase, o realizador abandonou os orçamentos minúsculos e viveu um "flirt" com Hollywood (do qual saíram duas obras, entre elas outro título mítico, "Beyond The Valley of The Dolls", em 1970) que cedo terminou.

Tal como a sua carreira no cinema, suspensa - muito por culpa dos avanços na representação cinematográfica de "temas proibidos" e do fim dos "drive-ins", onde Meyer reinou - desde 1979, o ano de "Beneath The Valley of The Ultra-Vixens". Até hoje, os seus fãs esperaram em vão por um regresso.




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